Olá, Cruzanautas. Tudo certinho?
Hoje recebemos o queridissímo Sidney Gusman, Coordenador Editorial da Mauricio de Sousa Produções para um Cafezinho na Nave.
Sirva-se de uma ou duas pedrinhas de açúcar e acompanhe nossa mini-entrevista.
1 – É fato que as webcomics têm sido uma grande vitrine de artistas, afinal muitos dos artistas das Graphic MSP são grandes conhecidos da internet e anônimos no impresso. Como você percebe a importância das Graphic MSP revertendo este cenário ao trazer os autores da web para retratar os personagens do Mauricio?
As webcomics têm revelado muita gente talentosa no Brasil. Porque elas fazem o papel que o antigo fanzine fazia, mas com um alcance muito maior. Hoje, é possível um autor se tornar conhecido sem sair de casa. Não à toa, pesquei tanta gente de internet para meus projetos. Tanto pros MSPs 50, quanto para as Graphics MSP.
E fico muito feliz por ver outras editoras fazendo o mesmo.
2 – Tive o prazer de te conhecer pessoalmente e ficou registrado o que você me disse sobre o papel de um bom editor. Quais são os maiores pecados de quem não tem editor e em que um expert (como você) pode ser útil?
Tem autor que acha (erroneamente) que o editor é inimigo. Não é. Bom, pelo menos, eu não sou. Hahaha. O lance é que um (bom) editor muitas vezes vê coisas que o autor não enxerga, por estar muito envolvido com o projeto. E esse olhar de fora pode ajudar muito.
Todas as Graphics MSP têm algum pitaco meu. Não no sentido de “oh, preciso mexer” (tem editor que é assim, infelizmente), mas no de contribuir para a obra ficar mais redonda. Felizmente, todos os autores toparam. E digo toparam, porque não impus nada. Prefiro sempre conversar e chegar num acordo. A não ser, claro, se é uma questão que fere o que posso ou não fazer no meu projeto, mas isso não foi preciso fazer ainda.
Eu sempre digo: se eu precisar reescrever toda uma Graphic MSP, eu escolhi mal os autores. Como isso nunca ocorreu, creio estar no rumo certo.
3 – Como tem sido o retorno deste trabalho em outros países? Você pode nos revelar alguns números?
Não posso revelar números, nem daqui, nem do exterior. Mas lá fora é mais complicado, porque é literalmente uma abertura de mercado que precisa ser feita. Astronauta – Magnetar foi a única que saí no exterior (Itália, Alemanha, França, Espanha e Portugal). As demais só chegaram a Portugal porque a Panini envia para lá também.
Mas estamos batalhando para mandar os outros títulos pra fora do Brasil, e sempre que vamos a feiras internacionais ps editores elogiam muito a qualidade das artes. Então, o jeito é continuar na briga.
4 – Muito obrigada pela sua participação nesta mini-entrevista. Você gostaria de deixar algum apelo ou recado aos nossos leitores?
O que eu sempre peço é que continuem dando força para autores nacionais. As Graphics MSP têm servido para mostrar pro Brasil todo esses talentos, mas tem muito mais gente boa produzindo HQs e que está se tornando mais conhecida aos poucos. Fico feliz de contribuir pra isso de alguma forma.